quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Economia


A economia queniana posicionou-se, desde a independência até o início dos anos 80, como uma das mais prósperas e bem-sucedidas da África, com taxas de crescimento anual do PIB da ordem de 6,8%. De meados da década dos 80 até 1990, a média baixou para 4%. De 1991 a 2001, diferentes problemas, tais como a suspensão dos créditos concessionais do FMI, a ocorrência de secas prejudiciais à agricultura e a gestão sofrível de recursos humanos, ocasionaram sensível redução da taxa de crescimento do PIB, cuja média anual foi de 1,7%.

Entre 1994 e 1998, recuperou-se o ritmo da atividade econômica, em virtude de melhores colheitas, da abertura do mercado da Comunidade da África Oriental (EAC) às exportações competitivas do Quênia e do desenvolvimento do setor de serviços. Segundo estimativas, em 2004, o PIB do país atingiu US$ 14 bilhões.

A agricultura é o principal setor da economia, representando cerca de 24% do PIB e empregando 75 a 80% da população economicamente ativa. As principais culturas são o chá, o café e produtos hortigranjeiros, em conjunto responsáveis por 45% das receitas de exportação. A produção de chá vem apresentando considerável progresso, fazendo do Quênia o segundo exportador desse produto atualmente, atrás apenas do Sri Lanka.

A indústria queniana é a mais desenvolvida da região oriental africana, dotada de boa infra-estrutura e satisfatórios serviços de transportes. A iniciativa privada desempenha importante papel no setor, que representa 13% do PIB. Inicialmente desenvolvido com base no modelo de substituição de importações, o setor industrial hoje se volta cada vez mais para joint-ventures orientadas para a exportação, sobretudo para os mercados regionais.

A produção industrial inclui o refino de petróleo, produtos alimentícios, montagem de veículos, têxteis e papel. Cerca de 50% dos investimentos no setor são estrangeiros, principalmente britânicos. A economia é dotada, desde 1990, de "zonas de processamento de exportações", com amplos benefícios fiscais. Com relação ao setor de serviços, destaca-se a indústria do turismo, principal fonte de divisas externas. Nos últimos anos, manifestações de instabilidade social e de violência têm prejudicado o desempenho do setor, provocando a diminuição do número de visitantes em comparação a anos anteriores, como em 1991, quando se registrou ápice de 800 mil turistas.

Em termos de política econômica, o Quênia tem procurado seguir o receituário do Clube de Paris e das instituições financeiras internacionais. Dessa forma, tem levado a termo a liberalização e a abertura da economia, encorajando a iniciativa privada e acolhendo novos investimentos. Paralelamente, a participação estatal na economia tem-se reduzido, mediante uma política de privatizações e a adoção de política fiscal equilibrada. Não obstante, os investidores manifestam certa insegurança com relação à capacidade do Governo de efetivamente combater a corrupção, questão essa da qual depende a retomada dos fluxos de investimentos e da ajuda financeira internacional.

No tocante ao setor externo, a balança comercial tem apresentado déficits freqüentes. Nos primeiros meses de 2004, o volume de comércio em ambas as direções atingiu US$ 1,9 bilhão, com exportações de US$ 817 milhões e importações de US$ 1,1 bilhão. Em 2002 e 2003, as exportações quenianas destinaram-se, em mais de 80%, a cerca de vinte países, com relativo destaque para Uganda, Reino Unido, EUA e Países Baixos. Do lado das importações, a situação é semelhante, provindo as maiores parcelas individuais (entre 7 e 13%) dos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, África do Sul e Reino Unido. Os principais itens da pauta de exportações têm sido chá, café, produtos petrolíferos, hortigranjeiros, pescado e cimento. Entre as importações, destacam-se combustíveis, máquinas, veículos e plásticos.

A East African Cooperation (EAC) foi criada em 1996, reunindo Quênia, Uganda e Tanzânia numa organização de escopo integracionista. Substitui a antiga East African Community e persegue objetivos mais ambiciosos, tais como a adoção de medidas comuns na área de transportes, energia, gerenciamento do Lago Vitória e comércio transfronteiriço. Num segundo momento, a EAC também cogita harmonizar políticas tarifárias, mediante a adoção de uma Tarifa Externa Comum (TEC).

Nenhum comentário:

Postar um comentário