quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Quênia no Neocolonialismo


Os jornais do mundo inteiro noticiam de forma acrítica a barbárie no Quênia e não buscam as raízes históricas de mais uma tragédia africana.

Os conflitos étnicos que explodem na África de tempos em tempos são a herança maldita do neo-colonialismo europeu praticado a partir da segunda metade do século XIX.

As potências capitalistas européias viviam a segunda revolução industrial e precisavam de mercados fornecedores de mão de obra barata, matérias-primas e consumidores de manufaturados. Usaram como argumento ideológico para justificar o Imperialismo a chamada “missão civilizatória” e o darwinismo social.
Repartiram a África sem levar em consideração as diferenças históricas e culturais entre as etnias e estimularam as rivalidades étnicas para facilitar a dominação.

Com a descolonização, ocorrida principalmente após a Segunda Guerra, esses conflitos vieram a tona. Ontem foi Ruanda, hoje é no Quênia. Mas a responsabilidade não é apenas queniana é mundial. A ONU tem um papel importante a cumprir e não pode ser nem omissa e nem covarde.


O presidente do Quênia, Mwai Kibaki, pertence à etnia kikuyu, mais numerosa e instalada ao redor do Monte Quênia, na província central. Nela, o presidente que buscava a reeleição obteve mais de 90% dos votos. O chefe da oposição, Raila Odinga, que acusa o chefe de Estado de ter fraudado a eleição, é oriundo da etnia Luo, a segunda mais importante do país, implantada às margens do lago Victoria. Nesta província, o chefe da oposição também levou 90% dos votos.


O pertencimento étnico é um fator-chave da política e da geografia eleitoral quenianas e contribui para aumentar o ódio e a violência. Isso se traduziu, mais uma vez, nos resultados da eleição presidencial, cujo resultado divulgado no domingo deflagrou conflitos, imediatamente, em todo o território.

Rivalidades ancestrais opõem Luos e Kikuyus, e perduram desde a independência, da Grã-Bretanha, em 1963. Os Kikuyu têm um papel dominante, política e economicamente, no país desde esta data, o que suscita frustrações nas outras etnias.
Tais frustrações contribuíram para fomentar os sangrentos confrontos que abalam o país. Assim, na maior favela de Nairóbi, Kibera, habitada majoritariamente por Luos, barracos e casas pertencentes aos Kikuyus foram incendiados, de acordo com testemunhos ouvidos pela AFP.

Em outro canto da capital, em Matahare, onde moram, sobretudo, Kikuyus, foram os Luos que se tornaram alvo da fúria dos revoltados.

De qualquer modo, o fator étnico não é o único que importa. A extrema miséria que reina nas grandes favelas da capital faz destes lugares um barril de pólvora prestes a explodir a qualquer momento.

Política


Na política do Quénia, as divisões étnicas e uma constituição pós-colonial que confere ao presidente poderes quase ilimitados e imunidade relativamente à lei, que possivelmente são responsáveis por muitos dos problemas do país.

Durante o princípio da década de 1990, guerras tribais mataram milhares de pessoas e desalojaram dezenas de milhares. O apoio dos EUA manteve no poder de 1978 até 2002 o regime de Daniel Arap Moi e do seu partido KANU, que era pró-ocidental durante a Guerra Fria. Embora a cláusula da constituição queniana que proibia partidos de oposição tenha sido revogada nos anos 90 (com a ajuda de Smith Hempstone), Moi permaneceu no poder para cumprir um quarto mandato depois das primeiras eleições multipartidárias em 1997 devido às divisões étnicas (que a propaganda do KANU ajudou a fomentar) na oposição. Além disso, as eleições de 1997 foram também marcadas pela violência e por fraudes. Em 2002, Mwai Kibaki - apoiado pela coligação NARC - tornou-se no primeiro candidato presidencial da oposição a vencer uma eleição no país desde a independência. A sua coligação manteve-se coesa graças às promessas de reformas constitucionais e às garantias de Kibaki de que iria nomear representantes de todos os grupos étnicos principais do Quénia para lugares importantes. A sua negligência em cumprir estas promessas depois das eleições causaram vários focos de tensão, incluindo a saída do LDP da coligação. Além disso, vozes importantes do KANU - e em particular Uhuru Kenyatta, filho do primeiro presidente do país, Jomo Kenyatta - têm vindo a ganhar nova popularidade.

Governo


República presidencialista. Div. administrativa: 8 províncias. Presidente: Mwai Kibaki (desde 2002).

Partidos: Coalizão Nacional Arco-Íris (Narc) (Liberal Democrático - LDP, da Aliança Nacional do Quênia - NAK), União Africana Nacional do Quênia (Kanu), Fórum pela Restauração da Democracia para o Povo (Ford-People).

Legislativo: unicameral - Assembléia Nacional, com 224 membros.


Economia


A economia queniana posicionou-se, desde a independência até o início dos anos 80, como uma das mais prósperas e bem-sucedidas da África, com taxas de crescimento anual do PIB da ordem de 6,8%. De meados da década dos 80 até 1990, a média baixou para 4%. De 1991 a 2001, diferentes problemas, tais como a suspensão dos créditos concessionais do FMI, a ocorrência de secas prejudiciais à agricultura e a gestão sofrível de recursos humanos, ocasionaram sensível redução da taxa de crescimento do PIB, cuja média anual foi de 1,7%.

Entre 1994 e 1998, recuperou-se o ritmo da atividade econômica, em virtude de melhores colheitas, da abertura do mercado da Comunidade da África Oriental (EAC) às exportações competitivas do Quênia e do desenvolvimento do setor de serviços. Segundo estimativas, em 2004, o PIB do país atingiu US$ 14 bilhões.

A agricultura é o principal setor da economia, representando cerca de 24% do PIB e empregando 75 a 80% da população economicamente ativa. As principais culturas são o chá, o café e produtos hortigranjeiros, em conjunto responsáveis por 45% das receitas de exportação. A produção de chá vem apresentando considerável progresso, fazendo do Quênia o segundo exportador desse produto atualmente, atrás apenas do Sri Lanka.

A indústria queniana é a mais desenvolvida da região oriental africana, dotada de boa infra-estrutura e satisfatórios serviços de transportes. A iniciativa privada desempenha importante papel no setor, que representa 13% do PIB. Inicialmente desenvolvido com base no modelo de substituição de importações, o setor industrial hoje se volta cada vez mais para joint-ventures orientadas para a exportação, sobretudo para os mercados regionais.

A produção industrial inclui o refino de petróleo, produtos alimentícios, montagem de veículos, têxteis e papel. Cerca de 50% dos investimentos no setor são estrangeiros, principalmente britânicos. A economia é dotada, desde 1990, de "zonas de processamento de exportações", com amplos benefícios fiscais. Com relação ao setor de serviços, destaca-se a indústria do turismo, principal fonte de divisas externas. Nos últimos anos, manifestações de instabilidade social e de violência têm prejudicado o desempenho do setor, provocando a diminuição do número de visitantes em comparação a anos anteriores, como em 1991, quando se registrou ápice de 800 mil turistas.

Em termos de política econômica, o Quênia tem procurado seguir o receituário do Clube de Paris e das instituições financeiras internacionais. Dessa forma, tem levado a termo a liberalização e a abertura da economia, encorajando a iniciativa privada e acolhendo novos investimentos. Paralelamente, a participação estatal na economia tem-se reduzido, mediante uma política de privatizações e a adoção de política fiscal equilibrada. Não obstante, os investidores manifestam certa insegurança com relação à capacidade do Governo de efetivamente combater a corrupção, questão essa da qual depende a retomada dos fluxos de investimentos e da ajuda financeira internacional.

No tocante ao setor externo, a balança comercial tem apresentado déficits freqüentes. Nos primeiros meses de 2004, o volume de comércio em ambas as direções atingiu US$ 1,9 bilhão, com exportações de US$ 817 milhões e importações de US$ 1,1 bilhão. Em 2002 e 2003, as exportações quenianas destinaram-se, em mais de 80%, a cerca de vinte países, com relativo destaque para Uganda, Reino Unido, EUA e Países Baixos. Do lado das importações, a situação é semelhante, provindo as maiores parcelas individuais (entre 7 e 13%) dos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, África do Sul e Reino Unido. Os principais itens da pauta de exportações têm sido chá, café, produtos petrolíferos, hortigranjeiros, pescado e cimento. Entre as importações, destacam-se combustíveis, máquinas, veículos e plásticos.

A East African Cooperation (EAC) foi criada em 1996, reunindo Quênia, Uganda e Tanzânia numa organização de escopo integracionista. Substitui a antiga East African Community e persegue objetivos mais ambiciosos, tais como a adoção de medidas comuns na área de transportes, energia, gerenciamento do Lago Vitória e comércio transfronteiriço. Num segundo momento, a EAC também cogita harmonizar políticas tarifárias, mediante a adoção de uma Tarifa Externa Comum (TEC).

População e Costumes


Apesar da forte ocidentalização do Quênia, a tribo nativa é o principal ponto de referência de qualquer queniano e a diferença principal entre as diversas tribos radica na língua e suas diferentes origens.

Entre os povos de fala nilótica achará os masai, a tribo mais significativa do Quênia, originária do Sudão. Esta tribo valente e orgulhosa tem decidido manter-se alheia ao modo de vida ocidental e, ainda na atualidade, vive de pastorear seus rebanhos de vacas na zona sul do país. Os masai apenas comem carne, embora para ingerir suas vitaminas bebem o sangue das vacas, que sacam do animal furando minimamente uma véia (para não produzir sua morte); e misturando-la em cabaças com o leite. Esta tribo respeitada por todos, não cultiva a terra e nem considera ela como uma propriedade. Amam a liberdade acima de tudo e conta a lénda que se botar um masai na cadeia, ele morre de pena e dor no mesmo dia, porque não acredita que irá recuperar a liberdade.

Os luo, da mesma fala, procedem do vale do Nilo no Sudão. Quando chegaram a Quênia se estabeleceram na parte ocidental, junto ao Lago Vitória. Souberam adaptar pesca e agricultura a seus costumes. Respeitam profundamente suas crenças atávicas e têm uma estrutura tribal muito complexa.

Os kalefin, também procedentes do Sudão, chegaram às planícies ocidentais do Quênia há 2.000 anos atrás. Os turkan moram nos territórios semi-desérticos do noroeste do país, procedem de Uganda e continuam vivendo sem apenas influências ocidentais. Caracterizam-se pelos penteados com barro e por ir cobertos com um grosso cobertor apesar das altas temperaturas.

Dentro dos povos de fala bantu acham-se os kikuius, chegados a este país desde o nordeste da África. São, fundamentalmente, criadores de gado e durante muito tempo foram vizinhos dos masai. Na atualidade são, talvez, a tribo mais numerosa do Quênia, controlando todos os órgãos do poder do país.

Os meru, estreitamente aparentados com os kikuius, incorporaram-se ao rítmo de vida moderno para os anos 70. Os akamba, procedentes do sul da África, são criadores de gado e excelentes comerciantes, enquanto os gussi, assentados na zona montanhosa ao leste do Lago Vitória, são bastante numerosos e sentem um especial respeito pelo "abanya marigo" (pajé, curandeiro) quem, além de realizar as tarefas próprias de sua categoria, está capacitado para trepanar o cérebro dos membros da sua tribo para evitar perturbações ou dores de importância.

Comida e Bebida


A gastronomia do Quênia tem como especialidade a carne nas zonas do interior e o peixe nas zonas costeiras. A oferta estritamente africana tem-se desenvolvido através da cozinha swahili, abundante em espesiarias, combinando pratos árabes e asiáticos, adaptando os ingredientes às materias primas do país. A cozinha queniana também tem influências hindus e européias.

A carne costuma servir-se guisada ou grelada e pode ser de cabra, porco, vitela ou boi. Também tem frango e, em lugares autorizados, peças de caça menor. São típicas as kebabs de cabrito, salsichas de carne de vitela, o irio, picado de feijão, batatas e outras verduras, githeri, feijão, batatas e verduras sem picar, o matoke, piré de banana ao vapor e o ugali, consistente em uma bola de milho cocido aromatizada com leite, manteiga ou queijo, acompanhado de troços de carne e verdura. O ugali come-se muito quente e com as mãos. (os molhos costumam ser consistentes e levemente picantes).

Também come-se muito o sambusa, empadas recheadas de verdura ou carne espesiada com umas gotas de lima, o chapati, torta de farinha de milho parecida às tortas européias e o mandazi, bolo semi-doce; todos eles de origem hindu.

Como peixes destacam a tilapia nativa, a truta, a perca, o bacalhau de rocha, o peixe- loro e alguns mariscos como os lagostins gigantes, os canguerejos pequenos, ostras e a lagosta. É muito típico o prato conhecido como "lagostins pili pili", preparado com o molho pili pili, em base à uma mistura de manteiga, chiles vermelhos, alho, suco de lima, coco ralhado, cilantro fresco e pimentão.

As frutas são utilizadas tanto para cozinhar como para as saladas. Destacam a banana, o coco, a mançã, o abacaxi, o mamão, a manga, as batatas e os frutos da árvore do pão. Também consome-se muito as batatas, o milho que encontra-se em espigas nos barracos das ruas, o arroz, os abacates, os espargos, as alcachofras e os legumes.

Embora a comida queniana seja deliciosa, nem todos os estómagos a admitem, pelo que convém ir com cuidado, começando pelos pratos mais suaves combinados com comida internacional, e ir aumentando aos poucos o consumo dos pratos típicamente africanos. Nos hotéis e alguns restaurantes podem-se comer pratos de cozinha internacional a preços muito razoáveis, sobretudo nos bufés.

Pode-se comer em restaurantes e hotéis com especialidades ocidentais, nos populares "hotelis" onde é servida comida típica africana, em restaurantes hindus, chineses, japoneses, etc, e em barracos nas ruas. Os preços costumam ser económicos evitando pratos ou bebidas de importação.

Para acompanhar as comidas aconselhamos as bebidas autóctones como a cerveja, os refrescos de frutas, o vinho de palmeira de sabor forte, temperado com tília e o vinho de papaia, de curioso sabor. As bebidas importadas subem de preço. O chá conhecido como chai é de sabor forte e o café é de boa qualidade, sempre que consiga que seja instantâneo. Lembre que é aconselhável beber água engarrafada pelo que é convenente evitar bebidas com gelo.

Arte, Cultura e Música


As primeiras mostras de criação artística no Quênia, umas pinturas rupestres da ilha de Buvo e do Lago Vitória, se remotam a 5.000 anos a.C. Debe-se registrar que a África Oriental é uma terra pobre em obras artísticas, embora esteja muito desenvolvida a arte popular, especialmente na realização de objetos de uso cotidiano. Tendo como ordem do dia calabaças, pipas de barro e cestos belamente decorados. Em todo o país se dá grande importância às jóias, destacando a prática da arte das pérolas de cristal, no que os masai e os kamba são autênticos mestres.

Na zona da costa é muito importante a influência árabe, que deu passagem à cultura afro-árabe swahili, da que encontrará as mais belas mostras na ilha de Lamu, fundamentalmente em portas e pequenos móveis formosamente lavrados, à márgem de algumas mesquitas. No museu desta ilha também pode-se ver interessantes coleções de etnologia e mostras arqueológicas procedentes da ilha Manda.

A música, o canto e até o som dos instrumentos têm uma grande importância para as diferentes tribos quenianas. Encontrará uma rica variedade de instrumentos desde os tradicionais tambores, matracas e pinos "manuais" até artefatos de corda elaborados artesanalmente. As máscaras e os bustos de madeira também são muito apreciadas assim como as talhas de animais.

No que às letras se refere, podemos dizer que têm conservado muitas fábulas, epopéias, sagas e refrões populares ao longo do tempo (de forma oral), o que tem fomentado uma literatura moderna que tem experimentado um sensível progresso nos últimos anos.

Independência Queniana


Alemães e britânicos transladam à África na Primeira Guerra Mundial combatendo neste continente e servindo-se da perícia dos nativos para esta guerra. Ao finalizar a guerra Tanganika, ou África Oriental Alemã, passa a mãos britânicas. Depois deste conflito bélico, perante a alienação da população indígena, começam a florecer os movimentos independentistas. Os kikuyus se organizam e iniciam os protestos com Harry Thuku como líder que após ser encarcerado e, posteriormente liberado pelos britânicos, é substituido por Jomo Kenyatta que conseguiria ser primeiro presidente do Quênia.

Depois da Segunda Guerra Mundial aumentaram os enfrentamentos entre os colonos e a população local. Nasce um partido político com os kikuyus como máximos promotores e os mais radicais, agrupados baixo ou nome de Mau-Mau começam a atentar contra as fazendas e as plantações, causando verdadeiras matanças. Esta revolta é sufocada duramente pelo exército britânico em 1959, mas a situação origina a sensação de que o Quênia não podia seguir governada pelos brancos e muitos colonos abandonam o país. A solução era uma: Quênia multiétnica e a contra senha Uhuru, independência.

A administração colonial se planteia a convocatória de eleições democráticas na Conferência de Lancaster celebrada em 1960 em Londres. Em 1963 celebram-se as primeiras eleições livres do país com dois partidos importantes, o KANU, União Nacional Africana do Quênia, partidário de um governo unitário e o KADU, que preferia o federalismo. A vitória do KANU supõe a independência do Quênia, dentro do âmbito da Commonwealth, e a conversão do país em uma República em 1964 com Jomo Kenyatta como presidente. com este passo se logra que a convivência entre nativos e europeus seja pacífica e muitos brancos continuam residindo no país ocupando, sobretudo, postos administrativos.

O governo queniano teve que afrontar uma economia débil com a reforma agrária como principal assinatura pendente. Parcelam as grandes propriedades conseguindo que as pequenas parcelas comencem a produzir, o grande objetivo, a industrialização, segue pendente. O governo, encabeçado por kikuyus, começa a ser criticado, especialmente pelos seus rivais, os luos que pediam uma mais ampla participação. Surgem as denúncias de corrupção e os assassinatos de líderes populares como Tom Mbaya em 1969 e Kariuki em 1975, mas Kenyatta se prende ao poder chegando a converter-se em um verdadeiro ditador.

A sua morte em 1978 inicia-se a "Harambee" ("tirar juntos"). Os luos conseguem participação no governo, mas as pequenas tribos não se sentem representadas ainda que o novo presidente, Daniel Arap Moi, pertencera a uma delas, os kalejin. O novo governo inicia uma luta contra a corrupção e uma melhora das relações internacionais. Em 1983 é de novo reeleito, convidando os eleitores a designar para o Parlamento a pessoas de integridade. Em 1987 reforma a Constituição e em 1991, ainda no cargo, abole a disposição que consagrava o sistema de partido único.

Fotos





















Notícias


Homem mais veloz do mundo adota animal mais veloz do mundo

segunda-feira, 2 de novembro de 2009, 14:20

NAIRÓBI - O campeão olímpico e mundial de provas de velocidade Usain Bolt adotou na segunda-feira um filhote de guepardo no Parque Nacional Nairóbi, no Quênia.
O diretor do Serviço de Animais Selvagens do Quênia, Julius Kipng'etich, descreveu o evento como "o primeiro encontro na história entre o animal mais veloz e o homem mais veloz".
Bolt, que tinha dito anteriormente ter medo de guepardos, já que conseguem correr mais que ele, afirmou ter mudado de ideia quando alimentou o filhote de dois meses com uma mamadeira.
Os guepardos estão entre os mais velozes e habilidosos predadores do mundo, capazes de alcançar a velocidade de 112 quilômetros por hora. O filhote adotado pelo corredor jamaicano foi batizado de Lightning Bolt (Raio).
Bolt foi acompanhado pelo corredor de obstáculos galês Colin Jackson, que adotou um elande (antílope africano), e pelo primeiro-ministro queniano, Raila Odinga, que já tem dois leões adotados.
Odinga aproveitou a ocasião para lembrar aos quenianos que é seu "dever cívico" preservar a fauna selvagem do país, não apenas pelo bem do turismo, mas para as gerações futuras.
Ele descreveu o evento como oportunidade instigante para falar de esportes e conservação da fauna silvestre, em lugar de política, em um país que nos últimos anos vem enfrentando desafios políticos imensos.
Usain Bolt vem percorrendo o Quênia desde a sexta-feira como embaixador dos esportes para a Fundação Zeitz, da Alemanha.



Procurador denuncia crime contra humanidade no Quênia

quinta-feira, 5 de novembro de 2009, 15:12


NAIRÓBI - O procurador-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI), Luis Moreno Ocampo, afirmou hoje ter certeza de que foram cometidos crimes contra a humanidade no Quênia em 2007 e em 2008. O país viveu distúrbios após a realização de eleições, quando mais de mil pessoas morreram.
Ocampo disse que informou ao presidente queniano, Mwai Kibaki, e ao primeiro-ministro, Raila Odinga, que pedirá permissão em dezembro, a uma corte, para abrir uma investigação formal sobre a violência, ocorrida entre dezembro de 2007 e fevereiro de 2008.
Kibaki e Odinga disseram que o governo cooperará com o TPI. "Nós estamos prontos e desejamos trabalhar e cooperar com o sr. Ocampo para garantir que aqueles que têm a responsabilidade pelos crimes cometidos sejam levados à justiça", afirmou Odinga.
O escritório do procurador-geral avalia se houve crimes contra a humanidade no Quênia desde janeiro de 2008. Em julho deste ano, o ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, que mediou o fim da crise, enviou para Ocampo um envelope lacrado com nomes de suspeitos de liderar os distúrbios.
Uma comissão independente que investigou a violência após as eleições apurou os nomes, mas decidiu não divulgá-los, temendo interferências no futuro. A comissão sugeriu que o governo forme um tribunal independente com juízes quenianos e estrangeiros para julgar os suspeitos, pois as cortes locais não seriam confiáveis, ou que o TPI cuidasse da questão.
O governo até agora não formou um tribunal independente. A violência ocorreu após rivais divergirem dos resultados das eleições de dezembro de 2007. Foi a pior crise nacional desde sua independência da Grã-Bretanha, em 1963.
Kibaki e Odinga firmaram um acordo para dividir o poder em fevereiro de 2008, para encerrar a violência, que prejudicou a imagem do país, visto como o mais estável em uma região marcada por guerras civis.




Desabamento de prédio deixa 6 mortos no Quênia
terça-feira, 20 de outubro de 2009, 20:37

NAIRÓBI - Seis pessoas morreram e 14 estão desaparecidas após um prédio de três andares ter desmoronado no subúrbio de Nairóbi, a capital do Quênia, informou o policial Samuel Mukindia. O desastre de ontem ocorreu pouco mais de uma semana de a Associação de Arquitetura do Quênia ter emitido nota dizendo que 65% das construções no país estavam fora dos padrões adequados de segurança.
Segundo o policial, duas pessoas morreram quando eram atendidas no hospital de Nairóbi. Os corpos de três homens foram retirados do local do desabamento, em Kiamu. Outra vítima, uma mulher, morreu esmagada. A polícia disse que 13 pessoas estão desaparecidas, mas a Cruz Vermelha informou que os desaparecidos são 14.
Richard Chepkwony, integrante do Instituto de Engenheiros do Quênia, disse que a organização recebe relatos quase diários de prédios que desmoronam por causa de problemas de construção. Segundo ele, o desabamento da segunda-feira foi resultado de materiais de má qualidade e da falta de preparo dos pedreiros.
"Se você pegar um bloco de concreto, você pode quebrá-lo usando suas mãos", disse ele. "Mas esse não é o fim da história. Veremos mais incidentes como esse acontecendo se o governo não decretar leis que assegurem padrões de construção sejam seguidos".
Desabamentos de prédios são frequentes na África e geralmente são resultado de funcionários corruptos do setor de planejamento, materiais de má qualidade e mão-de-obra não qualificada.

História do Quênia


Na Conferência de Berlim de 1885, onde se delimitaram as áreas de influência das potências européias, o Quênia foi entregue ao Reino Unido, que o confiou em regime de monopólio à Companhia Imperial da África Oriental Britânica. Em 1887 a companhia comercial assegurou o arrendamento da faixa costeira, cedida pelo sultão de Zanzibar.


Nas duas décadas que precederam a Segunda Guerra Mundial, os europeus monopolizaram as melhores terras cultiváveis, e teve início um confronto político entre britânicos e indianos, que se consideravam insuficientemente representados nos órgãos de governo da colônia. A Associação Central dos Kikuyu, fundada em 1921, também passou a exigir sua participação no poder. Em 1944, foi formada uma organização nacionalista, a União Africana do Quênia (KAU), que pregava a redistribuição da terra e tinha como líder Jomo Kenyatta.

Em 1952, uma sociedade secreta kikuiu, ou Mau Mau, levantou-se contra o domínio colonial na denominada revolta dos Mau-Mau, quedeu origem a uma longa guerra, que se prolongou até 1960. A KAU foi proscrita e Kenyatta, líder da rebelião, preso. A eleição de 1961 levou os dois partidos africanos, a União Nacional Africana do Quênia (KANU) e a União Democrática Africana do Quênia, a aliarem-se no governo.


Em dezembro de 1963, o Quênia tornou-se Estado independente, membro da Commonwealth, e constituiu-se em república no ano seguinte, sob a presidência do carismático Kenyatta (KANU), o qual foi reeleito em 1969 e 1974.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Quênia - População e Localização


O Quênia situa-se na África Oriental, e é banhado pelo Oceano Índico. O país faz fronteiras com a Somália, Etiópia, Uganda e Tanzania, e possui por volta de 31,5 milhões de habitantes. A capital chama-se Nairobi; uma outra importante cidade é Mombasa. Com exceção da região montanhosa temperada, situada ao pé do Monte Quênia (5199 m), o clima é quente e seco.
A população divide-se entre 35 diferentes tribos étnicas. Swahili é o idioma oficial, mas inglês é o principal idioma comercial. A religião no Quênia é composta por 35% de protestantes, 30% de católicos, 30% de muçulmanos e 5% de animista.
A maior parte dos habitantes do país está envolvida com agricultura. Café, chá, petróleo são os principais artigos de exportação.
Alimentação e produção de vestuário, cimento e refinação são exemplos de indústrias importantes. O turismo, principalmente por razão do Parque Nacional Tsavo, é uma importante fonte de renda.


Dados Principais sobre Quênia


Nome oficial:
República do Quênia

Nacionalidade: Queniana.
Data nacional: 12 de dezembro (Independência).
Capital: Nairóbi.
Cidades principais: Nairóbi; Mombasa, Kisumu, Nakuru.
Idioma: Suaíle (oficial), Inglês, Quicuio, Luo.
Religião: Cristianismo, Islamismo.
Clima: Equatorial e Equatorial de altitude.
População: 37.953.838 (2008)
Forma de governo: República presidencialista.
Moeda: Xelim Queniano.

Dados gerais sobre Quênia



Taxa de nascimento:
38,94 nascimentos a cada 1.000
Taxa de mortalidade: 10.95 a cada 1.000
Taxa de migração: 0 migrante a cada 1.000
Taxa de mortalidade infantil: 57,44 mortes a cada 1.000 nascimentos
Expectativa de vida: 55,31 anos
Taxa de fertilidade: 4,82 crianças por mulher
Taxa de portadores de HIV/AIDS: 1,2 milhão
Mortes por HIV/AIDS: 150.000 (est. 2003)


Grupos étnicos: Kikuyus (22%), Luyas (14%), Luos (13%), Kalenjins (12%), Kambas (11%), Kisiis (6%), Merus (6%), outras etnias africanas (15%), não-africanas (1%).
Religião: Protestante (45%), Católico Romano (33%), Muçulmano (10%), outros (2%).
Legislativo: Assembléia Nacional unicameral (Bunge). Formada por 224 cadeiras, sendo 210 eleitos por voto direto e 12 indicados pelo presidente, antes selecionados pelos partidos proporcionalmente, de acordo com os votos abtidos em eleições parlamntares. Todos, incluindo o presidente, tem direto a cinco anos de mandato mais uma reeleição.
Principais partidos políticos: União Nacional Africana do Quênia (KANU); Coligação Nacional Arco-íris - Quênia (NARC-K); Movimento Democrático Laranja (ODM); Fórum para a Restauração da Democracia do Quênia (FORD-Quênia); Fórum para a Restauração da Democracia Popular (FORD-Popular).

PIB (Produto Interno Bruto): US$ 48.33 bilhões (est. 2005).
PIB per capita: US$ 1.200
Composição do PIB por setor: Agricultura (24%); Indústria (16,7%); Serviços (59,2%).
Força de trabalho: 1.963 milhão
Força de trabalho por ocupação: Agricultura (75%); Indústria e serviços (25%).
Taxa de desemprego: 40% (est. 2001)
População abaixo da linha de pobreza: 50% (est. 2000)
Taxa de inflação (preços para o consumidor): 14,5% (est. 2006)
Dívida pública: 48,5% do PIB
Dívida externa: US$ 6,931 bilhão (est. 2006)
Produtos agrícolas: chá, café, milho, trigo, cana-de-açúcar, frutas, vegetais, derivados do leite, carne e ovos
Taxa de crescimento industrial: 6,3%
Produção de energia elétrica: 5.502 bilhões/kWh
Consumo de petróleo: 55 mil barris/dia